Greve no transporte chega ao quinto dia e afeta 30 bairros de São Luís

A população de São Luís segue enfrentando dificuldades no deslocamento diário devido à greve dos rodoviários das empresas 1001 e Expresso Marina. Nesta terça-feira (18), a paralisação por irregularidades trabalhistas completa cinco dias, com mais de 250 ônibus fora de circulação e impacto direto em pelo menos 30 bairros da capital. Há ainda a possibilidade de que outras empresas do sistema venham a aderir ao movimento.

Uma reunião foi marcada para a tarde desta terça-feira na sede da Agência Estadual de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos (MOB), reunindo empresários do transporte semiurbano, representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Maranhão (STTREMA) e do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Maranhão (SET). O objetivo é discutir os impasses da greve e o repasse do subsídio estadual destinado às operadoras.

O SET afirma que a Prefeitura de São Luís tem um repasse pendente de aproximadamente R$ 7 milhões, o que inviabilizaria o pagamento dos trabalhadores. Em entrevista o diretor executivo do sindicato, Paulo Pires, disse que há risco de novas paralisações:
“Se não tem subsídio, não tem como a empresa botar ônibus na rua. É impossível operar assim.”

O prefeito Eduardo Braide rebateu a acusação, afirmando em vídeo nas redes sociais que os empresários não vêm cumprindo o acordo de usar os subsídios exclusivamente para pagar os rodoviários. Segundo ele, mais de R$ 66 milhões já foram repassados apenas em 2025.

Braide também anunciou a liberação de vouchers para corridas por aplicativo a usuários prejudicados pela paralisação. Quem já tinha cadastro validado no início do ano receberá uma notificação no aplicativo 99. Os demais devem acessar o site da Prefeitura para realizar o registro.

O prefeito informou ainda que os depósitos do subsídio passariam a ser realizados diretamente na Justiça do Trabalho. No entanto, o Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (TRT-MA) divulgou nota afirmando que não pode receber recursos públicos para repassar a empresas de ônibus ou para pagamento de salários, por falta de respaldo legal.

O TRT também destacou que está vigente uma liminar que determina a circulação de pelo menos 80% da frota durante greves, medida que deve ser cumprida pelas empresas mesmo no período de paralisação.

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