O vice-presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, deputado federal Duarte Jr. (PSB-MA), acusou o deputado estadual Edson Araújo (PSB-MA) de ameaçá-lo por meio de mensagens de aplicativo, após o depoimento do presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), Abraão Lincoln Ferreira, à comissão.
Segundo Duarte Jr., as mensagens ocorreram na segunda-feira (3), após a oitiva em que Ferreira, preso durante a sessão por fazer afirmações falsas e se negar a responder perguntas, foi questionado sobre repasses da CBPA a políticos e assessores.
“Questionamos por que a CBPA, após subtrair R$ 123 milhões das contas de aposentados e pensionistas, depositou mais de R$ 3,5 milhões na conta de Edson Araújo e mais de R$ 1,5 milhão em contas de seus assessores”, afirmou Duarte Jr.
O deputado federal relatou que, após o depoimento, Araújo o ofendeu e ameaçou por três vezes via WhatsApp. Em uma das mensagens, o parlamentar estadual teria escrito: “Palhaçada. Quer aparecer. Lugar de palhaço é no circo”. Em seguida, adotou um tom mais grave, dizendo: “Nós ainda vamos nos encontrar”. Quando Duarte perguntou se estava sendo ameaçado, a resposta foi direta: “Estou. Por quê?”
Edson Araújo é vice-presidente da CBPA, uma das entidades investigadas na Operação Sem Desconto, deflagrada em abril pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU). A operação apura fraudes bilionárias em descontos não autorizados de mensalidades associativas em benefícios de aposentados e pensionistas.
Diante das ameaças, Duarte Jr. registrou boletim de ocorrência junto à Polícia Legislativa Federal e pediu reforço na segurança pessoal e de sua família. O pedido foi atendido pela Presidência da Câmara dos Deputados, conforme informou o presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG).
“A Câmara e a Polícia Federal farão a proteção do deputado e de sua família no Maranhão”, declarou Viana.
O parlamentar também pediu que a CPMI convoque Edson Araújo para depor, aprove a quebra de seu sigilo bancário e solicitou ao PSB que expulse o deputado estadual do partido.
Em nota divulgada no fim da tarde, o PSB do Maranhão informou que o caso será analisado pelo Conselho de Ética do diretório estadual, com “rigor, celeridade e transparência, assegurando o amplo direito de defesa a todos os envolvidos”.
A Agência Brasil entrou em contato com o gabinete do deputado Edson Araújo, que ainda não se manifestou sobre as acusações.
Matéria atualizada às 18h37 para inclusão da nota do PSB do Maranhão.

