Lula diz esperar “bom entendimento” com Donald Trump em encontro previsto na Malásia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta sexta-feira (24), que espera um “bom entendimento” com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante o encontro previsto para domingo (26), na Malásia. O chefe do Executivo brasileiro disse que pretende tratar de temas econômicos e políticos, como as taxações impostas ao Brasil e a chamada Lei Magnitsky.

Em entrevista à imprensa na Indonésia, Lula afirmou que as taxas aplicadas pelo governo norte-americano são injustificadas. “Tenho todo o interesse e disposição de mostrar que houve equívoco nas taxações. Quero provar com números. A tese pela qual se taxou o Brasil não tem sustentação. Os Estados Unidos têm superávit de 410 bilhões de dólares em 15 anos com o Brasil”, declarou.

O presidente destacou que busca restabelecer uma “relação civilizatória” com os Estados Unidos. “Nosso interesse é contribuir para que as coisas terminem da melhor forma possível: que ganhe o Brasil e que ganhe os Estados Unidos. Mas, sobretudo, que ganhe o povo brasileiro e o povo americano”, afirmou.

Lula também ressaltou que não há temas proibidos para o diálogo entre os dois países. “Podemos discutir de Gaza à Ucrânia, de Rússia a Venezuela, materiais críticos, minerais, terras raras. Qualquer assunto”, frisou.

O petista adiantou ainda que pretende abordar as sanções aplicadas contra autoridades brasileiras sob alegação de violações de direitos humanos. “A tese de que não temos direitos humanos no Brasil não tem veracidade. Quem comete crime no Brasil é julgado e punido. Também quero discutir a punição dada a ministros brasileiros da Suprema Corte”, disse.

Ao final, Lula afirmou esperar que o encontro sirva de exemplo ao cenário internacional. “Nós somos as duas maiores democracias do Ocidente. Temos que mostrar harmonia e não desavença. Mostrar uma perspectiva objetiva de melhoria de vida para os povos que representamos”, concluiu.