O assassinato de mulheres por questões de gênero continua sendo uma grave realidade no Maranhão. De acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP), entre janeiro e setembro de 2025, foram registrados 42 casos de feminicídio no estado. Apesar de representar uma redução de 22% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram contabilizados 54 casos, os números ainda preocupam as autoridades e entidades de defesa dos direitos das mulheres.

Em 2024, o Maranhão registrou 69 feminicídios em todo o ano. A expectativa é de que o número seja menor em 2025, mas o índice segue considerado alto e evidencia a persistência da violência de gênero. Além das vítimas diretas, muitos casos deixam crianças órfãs, como no episódio do menino Luís Fernando, de Pedro do Rosário, que teve repercussão nacional.

Casos recentes reacendem alerta

Nos últimos dias, novos episódios voltaram a chamar atenção para o problema. Em São Bernardo, uma mulher foi esfaqueada no pescoço na segunda-feira (20) e precisou ser levada ao hospital. O principal suspeito é o ex-companheiro da vítima, que fugiu após o ataque e está sendo procurado pela polícia.

No mesmo dia, em Paulino Neves, o corpo de Vanessa Pereira Silva foi encontrado em uma área de matagal. Ela havia saído de casa para levar o filho à escola e não retornou. O companheiro da vítima foi detido pela Polícia Militar como o principal suspeito do crime.

Outro caso que gerou comoção ocorreu no dia 13 de outubro, quando uma adolescente de 16 anos foi atingida por um tiro no rosto em uma tentativa de feminicídio. O suspeito, de 19 anos, que mantinha um relacionamento com a jovem, foi preso no dia 20. A vítima passou por cirurgia e segue em estado estável.

Mesmo com a redução nos números, especialistas destacam que o feminicídio permanece como uma das formas mais extremas de violência contra a mulher, exigindo políticas públicas permanentes de prevenção, acolhimento e punição dos agressores.