O estado de conservação das florestas no mundo continua preocupante, segundo relatório divulgado nesta terça-feira (21) pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Embora o desmatamento e os incêndios tenham diminuído na última década, o ritmo da devastação segue elevado — com destaque para o Brasil, que responde por mais de 70% da perda líquida global de florestas.

De acordo com o estudo, intitulado “Avaliação dos Recursos Florestais Mundiais”, a perda líquida anual de florestas (considerando também as plantações florestais) é de 4,12 milhões de hectares entre 2015 e 2025. Apesar de representar uma melhora em relação às décadas anteriores, o desmatamento bruto ainda alcança 10,9 milhões de hectares por ano, o equivalente a mais de 12 km² de florestas destruídas a cada hora.
A FAO destaca que 88% do desmatamento mundial ocorre em zonas tropicais, com a Amazônia sendo uma das áreas sob maior pressão devido à expansão agrícola. O relatório não detalha as causas específicas da devastação, citando apenas a “complexidade das dinâmicas no uso da terra”.
O Brasil, que abriga 12% das florestas do planeta, registra uma perda líquida anual de 2,94 milhões de hectares, mas apresentou uma redução de 49% no ritmo de destruição em comparação com a última década do século 20.
Mesmo com essa desaceleração, a FAO alerta que o ritmo atual de perda florestal ainda é insustentável e ameaça diretamente os ecossistemas e a biodiversidade global.

