Maranhão registra menor renda per capita do país, aponta Censo 2022

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta-feira (9) os dados do Censo 2022, que mostram o Maranhão com a menor renda domiciliar per capita do Brasil, estimada em R$ 900, menos da metade da média nacional (R$ 1.638) e menos de um terço do valor registrado no Distrito Federal, que lidera com R$ 2.999.

Dois municípios maranhenses estão entre os cinco com menor renda do país: Belágua (R$ 388) e Cachoeira Grande (R$ 389), sendo que apenas Uiramutã (RR) apresenta rendimento inferior. Em relação ao rendimento do trabalho, Cachoeira Grande registra o menor valor médio mensal do país, com R$ 759, abaixo do salário mínimo vigente em 2022 (R$ 1.212). Outros cinco municípios do estado também aparecem entre os vinte com menores rendimentos do trabalho no Brasil.

O nível de ocupação no Maranhão é de 45,6%, um dos mais baixos do país, ficando apenas à frente de Alagoas. A baixa inserção no mercado de trabalho formal reduz a participação do rendimento do trabalho na composição da renda familiar – enquanto 75,5% da renda domiciliar no Brasil provém do trabalho, no Maranhão essa proporção é significativamente menor, indicando maior dependência de aposentadorias, pensões e programas de transferência de renda.

O Censo também revela desigualdades raciais: as populações preta, parda e indígena, que compõem a maioria dos habitantes do estado, concentram maiores percentuais de ocupados com baixa escolaridade e menores rendimentos, perpetuando o ciclo de vulnerabilidade econômica.

Os dados reforçam a necessidade de políticas públicas específicas para gerar ocupação de qualidade e melhorar a qualificação da força de trabalho, diante de uma das situações de pobreza e desigualdade mais graves do país.