O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta quinta-feira (2) a abertura de uma investigação pela Polícia Federal (PF) para apurar ameaças feitas ao ministro Flávio Dino. As intimidações ocorreram em 11 de setembro, logo após Dino votar pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado na Ação Penal 2668.
Segundo a PF, Dino recebeu mensagens graves em redes sociais, incluindo pelo menos 50 comentários direcionados a ele e ao delegado da corporação Fábio Shor. O ofício anexou capturas de tela das publicações, que teriam o objetivo de “obstaculizar o desempenho independente e imparcial de suas funções enquanto agentes públicos”.
Moraes determinou a intimação de plataformas digitais — Meta (Facebook, Instagram e WhatsApp), TikTok, X (antigo Twitter) e YouTube — para fornecer informações sobre os perfis responsáveis pelas publicações. No total, 40 contas no Instagram, 20 no X, cinco no TikTok e três no YouTube estão sob investigação.
Os autos foram enviados à Polícia Federal para “adoção de providências cabíveis” e incluídos no Inquérito das Milícias Digitais, do qual Moraes é relator. O inquérito apura a atuação de grupos organizados na internet contra instituições e o regime democrático.
“Do exame dos fatos narrados, verifico que, efetivamente, estão abrangidos pelo objeto desta investigação”, afirmou o ministro em sua decisão.

