Mulher acusada de envenenar família com ovo de Páscoa vai a júri popular em Imperatriz

O Poder Judiciário do Maranhão decidiu que Jordélia Pereira Barbosa, acusada de envenenar uma família com um ovo de Páscoa, será julgada pelo Tribunal do Júri. A decisão foi assinada pelo juiz Glender Malheiros, titular da 2ª Vara Criminal de Imperatriz e respondendo pela 3ª. Segundo o magistrado, as provas reunidas no processo demonstram indícios suficientes de autoria e materialidade, justificando o julgamento popular. A data do júri ainda não foi definida.

A audiência de instrução e julgamento foi realizada no dia 14 de agosto, quando foram ouvidas a vítima Mirian Lira Rocha, testemunhas de acusação e defesa, além do interrogatório da ré. A defesa chegou a solicitar exame psicológico para avaliar inimputabilidade, mas o pedido foi negado, já que não foram encontrados indícios de transtornos ou uso de medicamentos.

Defesa e acusações

Nas alegações finais, a defesa de Jordélia pediu a impronúncia por insuficiência de provas, além da desclassificação dos crimes de homicídio doloso para culposo e tentativa de homicídio para lesão corporal, alegando confissão parcial e ausência de antecedentes criminais.

Já o Ministério Público destacou que a investigação reuniu provas materiais e testemunhais, incluindo laudos cadavéricos, exames toxicológicos, perícias em alimentos, imagens de câmeras de segurança e objetos apreendidos com a acusada.

O caso

No dia 16 de abril de 2024, no bairro Mutirão, em Imperatriz, Jordélia teria enviado à família de Mirian um ovo de Páscoa envenenado, acompanhado de um bilhete com a mensagem: “Com amor para Mirian Lira. Feliz Páscoa!!!”. Após o consumo, Mirian e seus dois filhos, Luiz Fernando e Evillyn, passaram mal e foram levados ao Hospital Municipal de Imperatriz.

O menino morreu no dia seguinte, e a menina faleceu em 22 de abril. Mirian sobreviveu após receber atendimento em Unidade de Terapia Intensiva.

Após o crime, a acusada tentou fugir para Santa Inês, mas foi presa em flagrante dentro de um ônibus. Com ela, a polícia encontrou perucas, óculos, crachá falso, bilhetes de passagem, chocolates, utensílios de cozinha e um frasco com a substância tóxica supostamente usada no envenenamento.

Segundo o Ministério Público, o homicídio de Mirian não se consumou apenas devido ao rápido atendimento médico, circunstância alheia à vontade da acusada.