O 1º Tribunal do Júri de São Luís condenou, nesta terça-feira (2), Renato Alves Teixeira a oito anos e quatro meses de prisão em regime fechado pela tentativa de assassinato da ex-companheira G.C.S, de 31 anos. O crime ocorreu em 29 de junho de 2024, dentro da casa da vítima, no bairro Vila Maranhão, quando o réu a atacou com golpes de faca.
O julgamento foi realizado no Fórum Desembargador Sarney Costa, no Calhau, e terminou no final da manhã. Após a condenação, o acusado foi reconduzido à Penitenciária de Pedrinhas, onde já se encontrava preso.
Durante a sessão, foram ouvidas cinco testemunhas, além da vítima e do réu. Em depoimento, G.C.S pediu para que o acusado fosse retirado do plenário, pois não queria falar na presença dele. A mulher relatou ter sofrido diversos episódios de violência ao longo dos nove anos de relacionamento. Mãe e familiares acompanharam parte do julgamento.
O Conselho de Sentença reconheceu as qualificadoras de motivo torpe e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, no contexto de violência doméstica e familiar.
Segundo a denúncia do Ministério Público, a vítima foi socorrida por vizinhos e levada ao hospital após o ataque. O réu foi preso em flagrante no local. Mãe de um menino de 12 anos de outro relacionamento, G.C.S afirmou que nunca havia pedido medidas protetivas por medo de denunciar o agressor.
A sessão foi presidida pelo juiz Gilberto de Moura Lima, titular da 1ª Vara do Tribunal do Júri, com atuação do promotor de justiça Agamenon Batista de Almeida Júnior e defesa feita pelo defensor público Adriano Jorge Campos.
Na sentença, o magistrado destacou a gravidade da conduta do réu e os impactos psicológicos sobre a vítima. Ele ressaltou que o relacionamento foi marcado por agressões sucessivas, transformando o lar em “um espetáculo de horror cotidiano”. O juiz afirmou ainda que o crime refletiu uma violência reiterada — psicológica, moral e física — que culminou na tentativa de homicídio.

