A Polícia Civil do Maranhão realizou, nesta quarta-feira (30), a operação “Dinheiro Sujo”, voltada ao combate de um grupo investigado por divulgar jogos de azar nas redes sociais. A ofensiva, coordenada pelo Departamento de Combate aos Crimes Tecnológicos (DCCT), da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), teve como alvos influenciadores digitais suspeitos de promover o jogo ilegal conhecido como “Tigrinho”, uma modalidade de caça-níqueis online.

Ao todo, seis endereços foram alvos de mandados de busca e apreensão. A operação também resultou no bloqueio judicial de mais de R$ 11 milhões em contas dos investigados, além do sequestro de bens como cinco veículos de luxo — entre eles, Range Rover Velar, Range Rover Evoque, BMW e Toyota Hilux — uma moto aquática, celulares, computadores, uma arma de fogo, carregadores, cadernos com anotações, bolsas de grife e dólares.
“Esses carros de luxo estavam em nome de terceiros e foram adquiridos com os valores auferidos através dessas divulgações ilegais”, explicou o delegado Pedro Adão, chefe do DCCT.

Segundo as investigações, o grupo usava as redes sociais para atrair vítimas com promessas de lucros rápidos e fáceis. Após o cadastro em plataformas de jogos, os seguidores eram induzidos a realizar depósitos, movimentando valores de origem e destino suspeitos. A divulgação do “Tigrinho” era feita por influenciadores contratados pelos integrantes do esquema.

Uma das investigadas é apontada como líder do grupo e já possui antecedentes criminais. Ela responde por furto após confessar o uso indevido do cartão de crédito de uma pessoa falecida e por maus-tratos a animais, ao oferecer bebidas alcoólicas ao próprio cão em vídeos publicados. Apesar do pedido de prisão feito pela Polícia Civil, o Judiciário optou por medidas cautelares, como entrega do passaporte, proibição de acesso às redes sociais e impedimento de deixar São Luís ou o país sem autorização judicial.
A estrutura do grupo incluiria ainda uma advogada, suspeita de atuar na lavagem de dinheiro, e uma gerente responsável por coordenar grupos de WhatsApp utilizados para atrair novos apostadores.

Os investigados podem responder por contravenção penal, lavagem de dinheiro e organização criminosa. As apurações continuam para identificar outros possíveis envolvidos no esquema.


