Megaoperação da Polícia Civil prende 23 suspeitos de integrar organização criminosa especializada em roubo de cargas no Maranhão

Uma megaoperação da Polícia Civil do Maranhão, realizada na manhã desta quinta-feira (17), resultou na prisão de 23 pessoas ligadas a uma organização criminosa especializada em saques de cargas de grãos nas rodovias do estado. O grupo, segundo as investigações, agia principalmente na BR-135, nas imediações da Vila Maranhão, em São Luís, e também extorquia transportadoras sob ameaça de ataques aos veículos.

Batizada de Operação Varredura, a ação foi coordenada pelo Departamento de Combate a Roubos de Carga (DCRC), vinculado à Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), e é considerada a maior já realizada no estado contra o roubo de cargas.

De acordo com o secretário de Segurança Pública, Maurício Martins, a operação representa o compromisso do estado no combate ao crime organizado que afeta diretamente a economia.

“Nosso foco foi desarticular um grupo especializado no saque de cargas de grãos. Com mais de 200 policiais mobilizados e 70 mandados cumpridos, mostramos que as forças de segurança estão atentas e atuantes”, destacou.

Segundo o delegado-geral da Polícia Civil, Manoel Almeida, a operação foi considerada complexa, devido à quantidade de alvos e mandados judiciais. Das 23 prisões, 18 foram por mandado judicial – sendo 17 em São Luís e uma no estado do Mato Grosso, com apoio da polícia local – e cinco em flagrante, incluindo tráfico de drogas, porte ilegal de arma e receptação dolosa de carga de soja.

As investigações revelaram que a quadrilha abordava caminhões nos quebra-molas da rodovia, abria os tombadores para derramar a carga, que era ensacada e repassada a terceiros. Transportadoras também eram coagidas a pagar para não serem atacadas. Além disso, foi identificada ligação do grupo com uma facção criminosa, segundo o delegado Jorge Pacheco, chefe do DCRC e coordenador da operação.

Durante a operação, foram apreendidos entorpecentes como maconha, crack e cocaína, armas de fogo, veículos roubados e diversos itens relacionados às ações criminosas. Os investigados também respondem por homicídio, roubo e tráfico de drogas.

Segundo o superintendente de Investigações Criminais, delegado Augusto Barros, a operação representa um forte golpe no esquema criminoso: “Ela desarticula um ecossistema criminoso que impacta diretamente na segurança e na economia do estado.”

As investigações agora se concentram nos receptadores das cargas, que, segundo a polícia, compravam os produtos com até 50% de desconto do valor de mercado, sem nota fiscal ou recolhimento de impostos. A maioria dos compradores estaria localizada no interior do Maranhão.

A operação contou com o apoio de diversas unidades especializadas, incluindo Senarc, SHPP, Seccor, SPCI, GRT, GPE, NOC e o Centro Tático Aéreo (CTA).