Homem é condenado a 14 anos de prisão por coautoria no assassinato de ex-prefeito de Barra do Corda

O 2º Tribunal do Júri de São Luís condenou, na madrugada desta quinta-feira (10), Luzivan Rodrigues da Conceição Nunes a 14 anos de reclusão em regime fechado, por coautoria no assassinato do ex-prefeito de Barra do Corda (MA), Manoel Mariano de Sousa, conhecido como “Nenzin”. O crime ocorreu em 6 de dezembro de 2017 e causou grande repercussão no estado.

O julgamento teve início às 8h30 da quarta-feira (9) no Fórum Desembargador Sarney Costa e se estendeu até a madrugada do dia seguinte. Ao final da sessão, o juiz Clésio Coelho Cunha, titular da 2ª Vara do Tribunal do Júri, decretou a prisão imediata do réu, que foi encaminhado para a Penitenciária de São Luís.

Luzivan foi condenado por homicídio duplamente qualificado – mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima e para assegurar a ocultação de outro crime – conforme os artigos 121, §2º, incisos IV e V, e 61, II, alínea “h” do Código Penal. A vítima, que tinha 78 anos, foi morta com um tiro à queima-roupa na região do pescoço.

Segundo a denúncia, Luzivan e Manoel Mariano de Sousa Filho, o “Júnior do Nenzin”, filho da vítima, teriam executado o crime juntos. Investigações apontaram que a motivação estaria relacionada ao furto de uma grande quantidade de gado da fazenda do ex-prefeito, onde Luzivan trabalhava como vaqueiro.

Durante o julgamento, foram ouvidas oito testemunhas por videoconferência, além do próprio réu, interrogado por mais de uma hora. Luzivan negou envolvimento no crime.

A acusação foi conduzida pelos promotores de justiça Washington Cantanhede e Raimundo Benedito Barros, com apoio do advogado Misael Mendes Júnior, atuando como assistente do Ministério Público. A defesa ficou a cargo dos advogados Jorge Paulo de Oliveira e Marcelo Reis.

Inicialmente, o julgamento ocorreria em Barra do Corda, cidade onde ocorreu o crime. No entanto, a pedido do Ministério Público, o Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA) decidiu pelo desaforamento do caso para São Luís, alegando risco à imparcialidade do júri, já que a vítima foi uma figura pública de grande influência política na região.

Em maio deste ano, Manoel Mariano de Sousa Filho, o “Júnior do Nenzin”, também foi condenado pelo assassinato do pai. Ele recebeu pena de 16 anos de reclusão por homicídio triplamente qualificado – motivo torpe, recurso que dificultou a defesa da vítima e para assegurar a ocultação de outro crime. Assim como Luzivan, ele não teve direito de recorrer em liberdade e foi encaminhado à Penitenciária de Pedrinhas.

Com as duas condenações, a Justiça maranhense encerra um dos casos criminais de maior impacto político dos últimos anos no estado.

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