O Porto do Itaqui, em São Luís, alcançou um feito inédito nesta quinta-feira (3) ao operar 11 navios atracados simultaneamente, graças à realização de duas operações do tipo ship to ship (STS) — que permitem a transferência de carga de um navio para outro. Com isso, o porto ocupou todos os seus nove berços, sendo que dois deles acomodaram dois navios cada, em parceria com a Transpetro.

O tipo de operação STS vem sendo utilizado no Itaqui desde 2023 e, só até junho deste ano, já somava 40 manobras realizadas, movimentando 1 milhão de metros cúbicos de combustíveis. Agora, além do Berço 106, o Berço 108 também foi adaptado para esse tipo de operação, ampliando a eficiência logística do porto.

“Com as operações ship to ship, ganhamos flexibilidade e capacidade, pois conseguimos colocar dois navios no mesmo berço. Isso consolida o nosso porto como um hub nacional de combustíveis”, destacou o gerente de operações do Itaqui, Adauto Serpa.

Porto do Itaqui como hub de combustíveis

Segundo dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), o Porto do Itaqui movimentou 8 milhões de toneladas de granéis líquidos em 2024. Desse total, 3,4 milhões de toneladas foram de derivados de petróleo importados, o que representa:

• 28% do total nacional movimentado por portos públicos,
• 43% dos portos públicos do Arco Norte,
• 18% entre portos públicos e privados do país.

“O porto conta com uma logística de distribuição multimodal competitiva, além de terminais de grande capacidade e excelência operacional”, ressaltou a presidente em exercício do porto, Isa Mary Mendonça.

Expansão da infraestrutura

Os terminais instalados no Itaqui e em sua retroárea contam com ligação ferroviária com o centro do país, o que faz do local o principal porto do Corredor Centro-Norte. Atualmente, a capacidade estática de estocagem de granéis líquidos é de 602,5 mil m³, com previsão de expansão para 885,8 mil m³ até 2027, segundo o diretor de operações Carlos Roberto Frisoli.

Os combustíveis movimentados pelo porto têm como destino os estados do Maranhão, Piauí, Tocantins, Goiás, Mato Grosso e Pará. Em 2024, 66% do volume foi destinado ao mercado interno, sendo 58% importado e 42% oriundo da cabotagem.

Entre os produtos movimentados estão diesel, gasolina, querosene de aviação, óleo combustível, etanol e gás de cozinha, com destaque para importações vindas de países como Rússia, EUA, Omã, Kuwait, Índia, Emirados Árabes, Espanha, Arábia Saudita e Senegal.

As operações bem-sucedidas reforçam o papel estratégico do Itaqui na matriz logística nacional e internacional de combustíveis.