Maranhense recrutado pelo Exército da Ucrânia perde a perna após pisar em mina terrestre

O maranhense Raphael Paixão, recrutado como voluntário pelo Exército da Ucrânia, sofreu a amputação da perna esquerda após pisar em uma mina-borboleta, artefato explosivo de pequeno porte e alto poder destrutivo utilizado em zonas de guerra. O incidente ocorreu durante missão em território ucraniano, e o jovem está atualmente hospitalizado e em estado estável, segundo informações da família.

De acordo com a mãe do rapaz, Neila Paixão, Raphael foi submetido a uma cirurgia e perdeu parte da perna do joelho para baixo. “Ele foi operado, está hospitalizado, perdeu o pé esquerdo, perdeu do joelho, um pouco do joelho para baixo, mas está estável, está vivo, né? Foi um milagre de Deus”, relatou Neila, emocionada, após conseguir se comunicar com o filho por videochamada.

Ela ainda contou que o filho sobreviveu após ser arrastado por cerca de nove quilômetros por outro militar ucraniano que o socorreu. A família, que havia passado quase 20 dias sem contato, recebeu alívio após uma mensagem curta enviada por Raphael: “Oi mãe, estou vivo graças a Deus, mas estou em missão”. A incerteza sobre o paradeiro do jovem havia mobilizado parentes e amigos, que chegaram a buscar apoio junto ao governo da Ucrânia e ao Ministério das Relações Exteriores do Brasil, sem obter informações concretas.

Vida interrompida pela guerra

Natural de Imperatriz (MA), Raphael cursava Direito em uma faculdade particular, mas trancou o curso em agosto de 2024. Ele viajou com a namorada para a Holanda, mas, após o término do relacionamento, tomou a decisão de se alistou como voluntário no Exército da Ucrânia, onde permanece desde então.

Em vídeo publicado nas redes sociais, a mãe agradeceu pelas orações e o apoio recebido. “O coração da mãe só vai ficar realmente aliviado quando meu filho botar os pés na terra brasileira”, afirmou Neila. Segundo ela, Raphael segue recebendo cuidados médicos e apoio psicológico e já expressou o desejo de retornar ao Brasil assim que for possível.

A família segue acompanhando a recuperação do jovem e aguarda apoio institucional para viabilizar o retorno ao país.

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