O acesso à educação de crianças e adolescentes no Brasil continuou avançando em 2024, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (13), por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Educação. Embora a faixa etária de 6 a 14 anos tenha mantido o patamar de universalização da escolarização — com 99,5% frequentando a escola — outras metas definidas pelo Plano Nacional de Educação (PNE) ainda não foram alcançadas.

Para crianças de 4 e 5 anos, a taxa de matrícula em 2024 foi de 93,4%, enquanto para adolescentes de 15 a 17 anos chegou a 93,4%, números que ainda estão abaixo das metas estipuladas para universalização. Além disso, o acesso à creche para crianças de até 3 anos permanece baixo: apenas 39,8% estavam matriculadas em 2024, distante da meta de 50%.
O IBGE aponta que grande parte dessa baixa adesão às creches está relacionada a uma escolha cultural das famílias, que, em 63,6% dos casos para crianças até 1 ano, optam por não matricular os filhos.
A pesquisa também revela quedas na frequência líquida escolar adequada à idade, especialmente para a faixa de 6 a 14 anos, que recuou para 94,5% em 2024, abaixo da meta de 95%. Para jovens de 15 a 17 anos, a frequência adequada alcançou 76,7%, ainda distante da meta de 85%. No ensino superior, apenas 27,1% dos jovens entre 18 e 24 anos estavam matriculados em 2024, abaixo da meta de 33%.

Por outro lado, a taxa de analfabetismo para pessoas com 15 anos ou mais segue em queda, chegando a 5,3% em 2024, abaixo da meta máxima de 6,5% estipulada pelo PNE.
“Os dados mostram claramente uma evolução da educação no Brasil, mas em alguns indicadores ainda não chegamos ao desejado”, afirmou William Kratochwill, pesquisador do IBGE.
Apesar dos avanços, os desafios para alcançar as metas nacionais mostram a necessidade de políticas públicas que contemplem não apenas o acesso, mas também a permanência e a qualidade da educação em todas as etapas.

