A produção industrial brasileira cresceu 0,1% em abril na comparação com março, segundo dados divulgados nesta terça-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa é a quarta alta consecutiva do setor, que acumula avanço de 1,5% desde janeiro deste ano.
Apesar do crescimento contínuo, o ritmo tem sido moderado. De acordo com o pesquisador do IBGE André Macedo, o resultado de abril, assim como os de janeiro (0,2%) e fevereiro (0,1%), mostra estabilidade, sendo o principal impulso registrado em março, com aumento de 1,2%. O desempenho recente compensa a retração acumulada nos últimos três meses de 2024, que somou uma perda de 1%.
O indicador também apresenta crescimento de 0,5% no trimestre, 1,4% no acumulado do ano e 2,4% nos últimos 12 meses. No entanto, na comparação com abril de 2024, houve recuo de 0,3%.
Segundo Macedo, o desempenho moderado da indústria reflete um cenário de incerteza econômica e taxas de juros elevadas, que freiam decisões de consumo e investimentos. “A Selic em patamares altos leva ao adiamento dessas decisões, tanto por parte das famílias quanto das empresas”, explicou.
Setores com Desempenho Positivo e Negativo
Três das quatro grandes categorias econômicas da indústria apresentaram crescimento de março para abril:
- Bens de capital: +1,4%
- Bens intermediários: +0,7%
- Bens de consumo duráveis: +0,4%
Por outro lado, bens de consumo semi e não duráveis registraram queda de 1,9%.
Entre as 25 atividades industriais analisadas, 13 tiveram resultados positivos. Os destaques foram:
- Bebidas: +3,6%
- Indústrias extrativas: +1%
- Veículos automotores, reboques e carrocerias: +1%
- Impressão e reprodução de gravações: +11%
Já entre os 11 segmentos que recuaram, os principais destaques negativos foram:
- Produtos farmoquímicos e farmacêuticos: -8,5%
- Produtos diversos: -3,8%
- Móveis: -3,7%
- Celulose, papel e produtos de papel: -3,1%
- Máquinas e equipamentos: -1,4%
- Coque, derivados de petróleo e biocombustíveis: -2,5%
- Máquinas, aparelhos e materiais elétricos: -1,9%
O segmento de produtos químicos apresentou estabilidade no período analisado. O IBGE continuará monitorando o desempenho do setor nos próximos meses para avaliar os impactos das condições econômicas sobre a indústria nacional.

