O Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses (PNLM) tornou-se a primeira unidade de conservação do Maranhão a ter sua lista oficial de espécies vegetais publicada no Catálogo de Plantas das Unidades de Conservação do Brasil. A iniciativa representa um marco para a conservação da biodiversidade e a pesquisa científica no estado.
Criado em 1981, o parque abrange uma área de aproximadamente 302 mil hectares, envolvendo os municípios de Barreirinhas, Santo Amaro e Primeira Cruz. A região é ecologicamente rica, influenciada pelos biomas Amazônia, Cerrado e Caatinga, e abriga diversos tipos de vegetação, como restingas, manguezais, cocais e matas de galeria.
A formação da lista teve início com expedições realizadas entre 2015 e 2017, lideradas por pesquisadores da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) e do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG). Uma versão preliminar foi divulgada em 2019 e, agora, foi atualizada com base em novas coletas e pesquisas científicas.
Entre as espécies catalogadas, três requerem atenção especial para conservação. A *Bacopa cochlearia está classificada como “em perigo” (EN), enquanto as espécies Stilpnopappus cearensis e Duroia paraensis foram categorizadas como “dados insuficientes” (DD), de acordo com os critérios de risco de extinção.
O trabalho é coordenado pelo pesquisador Lucas Cardoso Marinho, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Segundo ele, a inclusão da lista no catálogo nacional amplia o acesso público às informações e facilita o uso por pesquisadores, órgãos ambientais e instituições de ensino.
Apesar do avanço, Lucas destaca que ainda há áreas pouco estudadas no parque, como as zonas primitivas, além de grupos de plantas que necessitam de investigação mais aprofundada, como as samambaias e licófitas.
O catálogo com a lista atualizada, incluindo imagens das espécies, está disponível na plataforma oficial do Catálogo de Plantas das Unidades de Conservação do Brasil, mantida por instituições de pesquisa em parceria com órgãos ambientais federais.

