A taxa de desocupação no Brasil subiu para 7% no primeiro trimestre de 2025, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar da alta em relação ao trimestre anterior, encerrado em dezembro (6,2%), o índice é o menor já registrado para o período de janeiro a março desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), em 2012.
O recorde anterior para o período havia sido em 2014, com taxa de 7,2%, mesmo patamar observado no primeiro trimestre de 2024.
De acordo com o IBGE, a alta na desocupação em relação ao último trimestre de 2024 se deve ao crescimento de 13,1% no número de pessoas em busca de emprego – 7,7 milhões no total, o que representa 891 mil a mais do que no período anterior. Já na comparação anual, houve queda de 10,5% nesse contingente.
Segundo Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, o aumento reflete um comportamento sazonal comum no início do ano, quando há maior procura por trabalho após o encerramento de contratos temporários de fim de ano.
Setores e ocupação
No trimestre, o número de pessoas ocupadas caiu em 1,3 milhão. As maiores reduções ocorreram nos setores de construção (-397 mil), alojamento e alimentação (-190 mil), administração pública e áreas correlatas (-297 mil), além dos serviços domésticos (-241 mil).
Apesar da retração, o número de trabalhadores com carteira assinada se manteve estável em relação ao trimestre anterior, alcançando 39,4 milhões – um recorde histórico. Para o IBGE, o dado demonstra a resiliência do mercado de trabalho formal frente ao cenário macroeconômico adverso, como os juros altos.
Informalidade e rendimento
A taxa de informalidade ficou em 38%, a mais baixa desde o terceiro trimestre de 2020, quando também registrou esse percentual. A menor taxa já observada foi de 36,5% no segundo trimestre daquele mesmo ano.
O rendimento médio real do trabalhador chegou a R$ 3.410, superando o recorde anterior, de R$ 3.401, registrado no trimestre encerrado em fevereiro. A massa de rendimentos atingiu R$ 345 bilhões, quase igualando o maior valor da série, de R$ 345,2 bilhões no último trimestre de 2024.

