Mercado reduz previsão de inflação para 2025, mas expectativa ainda supera meta do Banco Central

O mercado financeiro reduziu levemente a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, de 5,57% para 5,55% em 2025. A nova estimativa foi divulgada nesta terça-feira (22) no Boletim Focus, pesquisa semanal realizada pelo Banco Central (BC) com instituições financeiras.

Para os anos seguintes, o boletim aponta inflação de 4,51% em 2026, 4% em 2027 e 3,78% em 2028. Mesmo com a revisão, a previsão para 2025 ainda está acima do teto da meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Em março, o IPCA ficou em 0,56%, influenciado principalmente pela alta dos alimentos, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No acumulado de 12 meses, a inflação soma 5,48%.

Selic em alta para controlar inflação

Para conter a inflação, o Banco Central elevou a taxa Selic para 14,25% ao ano na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em março. Este foi o quinto aumento consecutivo dos juros em um ciclo de aperto monetário. O Copom indicou que pode adotar elevações de menor magnitude nas próximas reuniões, mas alertou sobre riscos de persistência da inflação no setor de serviços.

Até dezembro de 2025, a previsão é que a taxa básica de juros suba para 15% ao ano. Para os anos seguintes, as expectativas são de redução gradual: 12,5% em 2026, 10,5% em 2027 e 10% em 2028.

O aumento da Selic torna o crédito mais caro e desestimula o consumo, visando frear a inflação. Por outro lado, juros mais altos também impactam o crescimento econômico.

PIB e dólar

A expectativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro permanece em 2% para este ano, repetindo a previsão para 2027 e 2028. Para 2026, a estimativa é de crescimento de 1,7%. Em 2024, a economia brasileira avançou 3,4%, registrando o quarto ano consecutivo de expansão.

Já a cotação do dólar deve encerrar 2025 em R$ 5,90, subindo para R$ 5,95 no fim de 2026, segundo o mercado financeiro.

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