O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a libertação da missionária Eliene Amorim de Jesus, de 28 anos, presa desde março de 2023 por suposta participação nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, em Brasília. A decisão não concede liberdade plena, mas um alvará de soltura com restrições, condicionado ao cumprimento de medidas cautelares.
De acordo com a determinação judicial, Eliene só poderá deixar o Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís (MA), após a instalação de uma tornozeleira eletrônica. Outras restrições incluem a proibição de acessar redes sociais, manter contato com outros investigados, conceder entrevistas e receber visitas, exceto de familiares diretos e de seu advogado.
Natural de Turiaçu, no Maranhão, Eliene vive em São Luís desde os 15 anos e exerceu diversas profissões, como empregada doméstica, babá e manicure. Estudava Psicologia na faculdade Edufor e atuava como missionária na Assembleia de Deus do Campo Miracema.
Segundo sua defesa, Eliene não possui antecedentes criminais e foi presa dois meses após os atos de 8 de janeiro, em sua residência no bairro Angelim. Ela teria viajado a Brasília em 6 de janeiro de 2023, acompanhada de dois jovens que não foram detidos, e alegou que o objetivo era observar as manifestações para um livro com enfoque acadêmico sobre os acampamentos em frente a instalações militares. A Polícia Federal apreendeu seu celular, onde encontrou fotos e anotações investigativas, o que reforça a versão da defesa de que ela realizava um trabalho de pesquisa.

