O Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), avança no combate à hanseníase com a implantação da técnica de Reação em Cadeia da Polimerase em Tempo Real (qPCR). A inovação permitirá um diagnóstico mais preciso e ágil da doença, fortalecendo a identificação do Mycobacterium leprae e aprimorando o tratamento dos pacientes.
Nesta quinta-feira (20), a equipe multiprofissional do Hospital Aquiles Lisboa participou de uma capacitação, conforme a Nota Técnica Nº 02/2025 da SES. O mesmo processo será realizado no Hospital Dr. Genésio Rego, garantindo a padronização do fluxo de atendimento e encaminhamento de amostras para análise. Ambas as unidades são referências no atendimento e tratamento de pacientes com hanseníase no estado.
As amostras (biópsias) coletadas nos dois hospitais serão encaminhadas para análise no Instituto Oswaldo Cruz/Laboratório Central do Estado do Maranhão (IOC/Lacen-MA), que devolverá os resultados dos exames no prazo de sete dias. O público-alvo das coletas inclui familiares ou pessoas que tiveram contato com pacientes diagnosticados com hanseníase há mais de cinco anos e que se encaixam nos critérios clínicos definidos pelo Ministério da Saúde.
A chefe do Departamento de Epidemiologia da SES, Monique Maia, ressaltou a importância da padronização da nova metodologia nos hospitais de referência.
“A técnica de PCR vai permitir um diagnóstico precoce e preciso, ajudando a interromper a transmissão da doença. Esses momentos de alinhamento com nossas referências são fundamentais para garantir uma implantação eficaz”, explicou.
O encarregado da Biologia Médica do IOC/Lacen-MA, Melvin Jones Gomes, destacou que o exame de qPCR será direcionado principalmente para pacientes que tiveram contato prolongado com pessoas diagnosticadas com hanseníase.
“O PCR é fundamental porque detecta qualquer fragmento do bacilo, mesmo em pacientes assintomáticos, o que não é possível com os métodos tradicionais”, afirmou.
Benefícios do qPCR
O método de PCR tem alta sensibilidade para detectar fragmentos do bacilo causador da hanseníase, possibilitando um diagnóstico mais preciso, mesmo antes do surgimento de sintomas. Entre os principais benefícios estão a identificação precoce da doença, a maior segurança no tratamento e a redução de diagnósticos inconclusivos, garantindo que os pacientes recebam cuidados adequados desde o início.
A diretora-geral do Hospital Aquiles Lisboa, Cacilda de Carvalho, enfatizou que a capacitação das equipes fortalece o atendimento e beneficia pacientes e seus familiares.
“Nosso objetivo é ampliar o acesso ao diagnóstico e melhorar a qualidade do tratamento dos pacientes com hanseníase no Maranhão”, afirmou.
Janeiro Roxo
A iniciativa faz parte da estratégia estadual de combate à hanseníase, alinhada à campanha “Hanseníase: de Janeiro a Janeiro”, que reforça a vigilância ativa e amplia o acesso ao diagnóstico e tratamento ao longo do ano. Com a implantação do qPCR, o Maranhão avança no controle da doença, garantindo maior segurança e eficiência no atendimento à população.

