Operação Maat: MPMA prende quatro acusados por corrupção e retenção irregular de benefícios

O Ministério Público do Maranhão (MPMA), por meio da Promotoria de Justiça de Cantanhede, realizou novas fases da Operação Maat, com o objetivo de combater a corrupção e a retenção indevida de benefícios de aposentados. A ação, realizada na manhã desta terça-feira (18), resultou na prisão de quatro suspeitos.

Coordenada pelo promotor de justiça Márcio Antônio Alves de Oliveira, a operação contou com apoio da Polícia Civil e do Centro Tático Aéreo (CTA). As decisões judiciais foram expedidas pelos juízes Geovane da Silva Santos e Bruna Fernanda Oliveira da Costa.

Fraudes contra aposentados

Na fase intitulada “São Francisco de Assis”, foram presos Renildo Ferreira Rocha, conhecido como “Ronaldo Colibri”, Ronald de Sousa Rocha e Laiane Tereza Rocha Saraiva. Eles são acusados de reter cartões e documentos de beneficiários do INSS, cobrando juros abusivos de até 60% sobre os valores recebidos pelas vítimas.

Durante a ação, foram apreendidos R$ 131.690,00, quatro automóveis, diversos documentos e 342 cartões de benefício das vítimas. Segundo o MPMA, uma das vítimas, uma idosa de 77 anos, era obrigada a se deslocar a pé para receber o restante de seu benefício após os acusados reterem parte do valor.

O Poder Judiciário também decretou a indisponibilidade de bens de Renildo e Ronald Rocha no montante de R$ 8,96 milhões.

Fraudes na Câmara Municipal

Outra etapa da operação, denominada “Câmara Limpa”, resultou na prisão de Luis Gustavo Chuva Candeira e no monitoramento eletrônico de Edmilson Marques dos Santos, conhecido como “Peroba”. A investigação apontou um esquema de desvio de recursos públicos na Câmara Municipal de Cantanhede, durante o exercício de 2021.

Segundo o MPMA, Edmilson Marques, então presidente do Legislativo municipal, contratou empresas sem licitação para serviços que não foram prestados. Em um dos casos, um aparelho de som foi alugado, mesmo com a Câmara já possuindo equipamentos próprios, fato comprovado por testemunhas e registros em vídeo.

Além das prisões, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em empresas ligadas ao esquema. O Judiciário determinou o bloqueio de bens dos empresários Valber Cutrim Amorim Júnior, Francisco Oliveira Moreira e de Edmilson Marques dos Santos, totalizando R$ 1,19 milhão.

O promotor Márcio Antônio Oliveira ressaltou a importância da parceria entre instituições na execução da operação.

“O apoio da Polícia Civil, do Setor de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública, da Superintendência Estadual de Repressão ao Narcotráfico e do Centro Tático Aéreo foi fundamental para o sucesso da ação”, destacou.