Rodoviários mantêm greve em São Luís após audiência sem acordo

A primeira audiência de conciliação entre rodoviários e empresários, realizada na última sexta-feira (14) no Tribunal Regional do Trabalho do Maranhão (TRT-MA), terminou sem acordo. Conduzida pelo desembargador Luiz Cosmo, a sessão contou com a presença de representantes do Sindicato dos Rodoviários do Maranhão, do sindicato patronal, da MOB (Agência Estadual de Mobilidade Urbana) e da SMTT (Superintendência Municipal de Trânsito e Transportes).

Sem avanços nas negociações, a paralisação dos rodoviários foi mantida para esta segunda-feira (17), afetando o transporte público de São Luís e da Região Metropolitana. O Sindicato dos Rodoviários afirma que a decisão foi tomada após sucessivas tentativas de negociação frustradas. Entre as principais reivindicações da categoria estão o reajuste salarial, melhorias nas condições de trabalho e a garantia de direitos previdenciários.

Durante a audiência, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET) alegou dificuldades financeiras para atender às demandas dos trabalhadores e não apresentou uma contraproposta concreta. O impasse também não foi solucionado por intervenções do Município e do Estado.

Diante da confirmação da greve, a Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) alertou a população sobre possíveis transtornos no sistema de transporte e recomendou que os usuários busquem alternativas de deslocamento. A pasta também informou que está acompanhando a situação e buscando soluções para minimizar os impactos da paralisação.

Liminar da Justiça Determina Circulação Mínima da Frota

Na última quarta-feira (12), o SET obteve uma liminar na Justiça do Trabalho determinando que, durante a greve, 80% da frota de ônibus deve permanecer em circulação. O descumprimento da decisão pode resultar em multa de R$ 100 mil por dia.

Segundo Paulo Pires, diretor executivo do SET, a medida busca garantir que a população não seja prejudicada com a paralisação total do transporte público.

“A cidade não pode parar. Sem ônibus, o comércio, as escolas, os serviços públicos e demais setores são gravemente afetados. Acionamos a Justiça para evitar prejuízos incalculáveis à sociedade”, afirmou.

O Sindicato dos Rodoviários, no entanto, reafirmou que a greve é a última alternativa diante da falta de propostas concretas por parte dos empresários.

“Infelizmente, saímos da audiência sem avanços. Diante dessa postura dos patrões, a greve está mantida e será iniciada nas primeiras horas de segunda-feira (17)”, declarou Marcelo Brito, presidente da entidade.

As negociações entre rodoviários e empresários seguem sem previsão de um novo encontro para mediação. Enquanto isso, a população deve enfrentar dificuldades no deslocamento até que o impasse seja resolvido.

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