O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET) reafirmou, nesta segunda-feira (10), durante audiência no Ministério Público do Trabalho (MPT), que não há condições financeiras para conceder o reajuste salarial dos rodoviários sem o apoio da Prefeitura e do Estado.
A audiência contou com a presença do Sindicato dos Trabalhadores no Transporte Rodoviário de São Luís, representantes dos consórcios urbanos, da Agência Estadual de Mobilidade Urbana (MOB) e da Prefeitura. A mediação foi conduzida pelo procurador do Trabalho, Marcos Antônio de Souza Rosa.
Empresas alegam dificuldades para cobrir custos
Segundo o diretor executivo do SET, Paulo Pires, o reajuste salarial dos rodoviários é apenas um dos itens que compõem a planilha de custos do transporte público, e sem garantias financeiras do poder público, as empresas não podem assumir esse compromisso.
“Hoje já temos dificuldades para cobrir os custos do sistema. Gostaríamos de conceder o reajuste, mas, diante do atual cenário, isso colocaria em risco a sobrevivência do próprio serviço”, afirmou Pires.
O SET destacou que, caso os rodoviários confirmem a greve, as empresas irão recorrer à Justiça para garantir a circulação dos ônibus e minimizar o impacto para a população.
Recomposição tarifária e custos operacionais
Paulo Pires defendeu que a situação precisa ser debatida com a Prefeitura e o Estado, abordando não apenas o reajuste dos trabalhadores, mas também fatores como o preço do diesel e outros custos operacionais do setor.
“É como querer construir uma casa pagando apenas a mão de obra. Precisamos discutir a recomposição da tarifa e revisar os custos do sistema. Infelizmente, na audiência de hoje, não houve avanços, pois a Prefeitura e o Estado focaram apenas em um ponto dessa estrutura complexa”, explicou o diretor do SET.
O dirigente fez um apelo aos rodoviários para que aguardem mais um prazo para as negociações, evitando a greve, que pode dificultar ainda mais as tratativas.
“O Ministério Público do Trabalho está cumprindo seu papel ao mediar esse debate e buscar uma solução viável. Vamos insistir até o último momento para garantir a continuidade do serviço, pois, quando há greve, a população sofre e as negociações se tornam ainda mais complicadas”, concluiu Pires.

