Após uma onda de fake news e dúvidas relacionadas à tributação, o número de transações realizadas via PIX sofreu a maior queda já registrada em um início de ano desde o lançamento do sistema de pagamentos instantâneos, em novembro de 2020. Entre os dias 4 e 10 de janeiro de 2025, houve uma redução de 10,9% no volume de transações em comparação ao mesmo período de dezembro de 2024, segundo o Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI). A última queda semelhante havia ocorrido em janeiro de 2022.
Efeito das fake news e normas da Receita Federal
A redução no uso do PIX ocorre em meio à repercussão de novas normas da Receita Federal que ampliam a fiscalização sobre movimentações financeiras de consumidores e empresas. A medida gerou temor entre a população, especialmente entre autônomos e informais, que temem uma maior tributação. Informações falsas espalhadas em redes sociais e grupos de WhatsApp alimentaram esse receio, levando muitas pessoas a reduzirem ou evitarem o uso do sistema.
Embora a Receita Federal negue que a intenção seja aumentar a fiscalização sobre pequenos empreendedores, o clima de desinformação e especulação impactou o comportamento dos usuários.
Reflexos na economia informal
Especialistas avaliam que a queda nas transações do PIX pode afetar especialmente setores que dependem do sistema para movimentar pequenos valores, como autônomos e trabalhadores informais. A desconfiança gerada pelas notícias falsas reforça a necessidade de campanhas de esclarecimento para evitar a disseminação de informações incorretas e garantir a continuidade do uso do PIX como ferramenta segura e eficiente.

