Nesta quinta-feira (26), o supervisor de Emergência Ambiental da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), Caco Graça, confirmou que os tanques dos três caminhões envolvidos no desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, sobre o Rio Tocantins, estão intactos. Os veículos transportavam 76 toneladas de ácido sulfúrico e 22 mil litros de defensivos agrícolas, mas, segundo o supervisor, o risco de vazamento e contaminação ambiental é mínimo.

“O pior cenário seria se a carga tivesse sido expelida durante a queda. Isso não aconteceu. Os tanques estão intactos, conforme verificado pelo sonar da Marinha e pelas equipes técnicas da Sema”, explicou Caco Graça em entrevista à TV Mirante.

Apesar da estabilidade dos tanques, o supervisor alertou que, durante a retirada dos produtos químicos, pode ocorrer um pequeno vazamento. Ainda assim, ele garantiu que os impactos seriam localizados e sem consequências graves para o meio ambiente ou para a vida humana.

“Mesmo se toda a carga tivesse vazado, a diluição natural do rio minimizaria os prejuízos. Contudo, no perímetro do acidente, a contaminação poderia alterar o pH e afetar a biota local, por isso o cuidado com o manejo é essencial”, afirmou.

A Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) monitora constantemente o pH da água para detectar possíveis alterações. A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) já emitiu parecer técnico indicando que não há contaminação na água do Rio Tocantins. Com isso, o governador do Maranhão, Carlos Brandão, anunciou a retomada imediata da captação de água para abastecimento da cidade de Imperatriz.

Equipes de resgate continuam as buscas pelas vítimas da tragédia. Na quarta-feira (25), mais dois corpos foram localizados, elevando para seis o número de mortes confirmadas. As vítimas foram identificadas como Anisio Padilha Soares, 43 anos, e Silvana dos Santos Rocha Soares, 53 anos. Onze pessoas ainda estão desaparecidas.

A operação mobiliza bombeiros mergulhadores do Maranhão, Tocantins e Pará, além da Marinha do Brasil. Uma estrutura avançada de Medicina Legal foi montada no aeroporto de Aguiarnópolis, com apoio da Prefeitura, para identificação das vítimas.

Caco Graça reforçou que a retirada dos caminhões será precedida pelo esvaziamento seguro das cargas químicas. Ele também alertou para que a população evite contato com embalagens próximas ao Rio Tocantins. Em caso de identificação de bombonas ou recipientes com herbicidas, é recomendado informar as empresas responsáveis ou equipes no local para evitar riscos de contaminação.

A tragédia na ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira segue mobilizando esforços para o resgate de vítimas e a preservação do meio ambiente, com foco na segurança e na contenção de possíveis impactos ambientais.