Homem é condenado a 18 anos e seis meses de prisão por feminicídio em São Luís

O 1º Tribunal do Júri de São Luís condenou, nesta segunda-feira (25), Jhonatan Santos de Sousa a 18 anos e seis meses de prisão pelo assassinato de sua ex-namorada, Idelany do Nascimento Pestana. O crime aconteceu em 9 de abril de 2024, por volta das 2h, no interior da casa da vítima, localizada no bairro Alto da Esperança, região do Itaqui-Bacanga. Idelany foi morta com oito golpes de faca desferidos pelo acusado.

O julgamento ocorreu no Fórum Desembargador Sarney Costa, sob a presidência do juiz Gilberto de Moura Lima, titular da 1ª Vara do Tribunal do Júri. Durante a sessão, foram ouvidas nove testemunhas e o réu, que confessou o crime ao ser interrogado. Ele foi condenado por homicídio qualificado, com as agravantes de feminicídio — no contexto de violência doméstica e menosprezo à condição de mulher — e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima.

Segundo a denúncia apresentada pelo Ministério Público, o réu, insatisfeito com o término do relacionamento de aproximadamente 10 anos com Idelany, foi até a casa da ex-companheira na noite de 8 de abril de 2024 para tentar uma reconciliação. Após uma discussão, ele retornou ao local e a atacou com uma faca, matando-a no local.

Idelany Pestana, de 30 anos, era formada em Publicidade e Propaganda, morava com os pais e uma irmã, e dedicava parte de seu tempo livre à cultura popular, integrando uma companhia de dança.

Na sentença, o juiz destacou a gravidade do crime, afirmando que Jhonatan “agiu com premeditação e extremada violência”, eliminando a vida de Idelany de forma “brutal e covarde”. O magistrado enfatizou que o réu estava inconformado com o término da relação e atribuiu à vítima comportamentos inadequados como justificativa para o ato. A pena deverá ser cumprida inicialmente em regime fechado, na Penitenciária de Pedrinhas, onde Jhonatan já estava preso preventivamente.

A acusação foi conduzida pelo promotor de justiça Agamenon Batista de Almeida Júnior, com assistência do advogado Christianilson de Melo Alves. A defesa ficou a cargo das advogadas Luanna Dalya Andrade Lago Campos e Danielly Thays Campos. Familiares de Idelany acompanharam todo o julgamento e manifestaram alívio com a condenação.

O caso reforça a necessidade de atenção às questões de violência contra a mulher e feminicídio, crimes que ainda registram altos índices no Brasil.