A Polícia Federal encerrou as investigações sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022 e indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 36 pessoas, incluindo o general da reserva Braga Netto, por envolvimento em uma trama para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Entre os crimes atribuídos ao grupo estão abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa e golpe de Estado.
O relatório final foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e destacou a existência de núcleos que atuavam em ações golpistas, incluindo desinformação, incitação de militares, apoio operacional e inteligência paralela. Segundo as investigações, o plano discutido no Palácio da Alvorada envolvia um decreto para anular as eleições sob falsas alegações de fraude nas urnas eletrônicas.
Delações e depoimentos reforçaram as acusações. O então comandante do Exército, general Freire Gomes, chegou a afirmar que prenderia Bolsonaro caso avançasse com o plano golpista. Já o comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, teria se colocado à disposição do ex-presidente.
O inquérito ainda será analisado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá se apresentará denúncia contra os envolvidos. Caso isso ocorra, caberá à Justiça decidir se Bolsonaro e os demais indiciados se tornarão réus.

