O Ministério do Esporte identificou uma rede composta por 53 contas e 25 canais no YouTube que incentivam apostas esportivas online com promessas de ganhos rápidos, sem alertar sobre os riscos envolvidos. A pasta solicitou ao Ministério da Justiça e Segurança Pública que aprofunde as investigações e, se necessário, acione a Polícia Federal, devido à gravidade do impacto econômico causado pela prática.
A apuração foi conduzida pela Secretaria Nacional de Apostas Esportivas e de Desenvolvimento Econômico do Esporte. A investigação revelou que os sites promovidos recebem valores dos apostadores, mas não pagam os prêmios prometidos. Em seguida, desativam as páginas e desaparecem com o dinheiro.
Influência digital e regulamentação
Os vídeos nos canais do YouTube atraem mais de 100 mil espectadores por transmissão, com influenciadores desempenhando um papel central na promoção desses esquemas fraudulentos.
“Eles conferem uma aparência de legitimidade ao esquema, mas estão diretamente envolvidos em práticas que prejudicam a economia popular”, destacou o Ministério do Esporte em comunicado.
O governo acredita que a regulamentação das apostas esportivas trará mais transparência e segurança. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que, caso a regulamentação não seja suficiente para proteger a população, as plataformas digitais de apostas podem ser proibidas no Brasil.
Regulamentação em andamento
Até o final de 2024, o Ministério da Fazenda concluirá a análise de empresas que desejam operar no setor de apostas. Para funcionar a partir de 1º de janeiro de 2025, cada empresa terá de pagar R$ 30 milhões à União. O mercado regulado deve começar nessa data.
Dez portarias já foram publicadas, estabelecendo regras sobre jogo justo, certificação, questões financeiras, proibição de cartão de crédito, proteção de menores e dependentes, publicidade responsável e combate à fraude e lavagem de dinheiro.
Atualmente, 100 empresas, com mais de 200 plataformas de apostas, estão aptas a operar no Brasil até dezembro. Além disso, 26 empresas receberam autorização para atuar regionalmente, cumprindo a legislação estadual.

