Na noite desta quarta-feira (13), duas explosões abalaram a Praça dos Três Poderes, em Brasília, deixando uma pessoa morta e forçando a evacuação do Supremo Tribunal Federal (STF). O incidente, que ocorreu por volta das 19h30, causou grande mobilização de equipes de segurança e levou ao fechamento da Esplanada dos Ministérios. Segundo o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, a vítima foi encontrada nas proximidades do local das explosões, mas a identidade ainda não foi confirmada oficialmente.

O carro usado na explosão foi identificado como pertencente a Francisco Wanderley Luiz, conhecido como Tiu França, chaveiro e ex-candidato a vereador pelo Partido Liberal (PL) em Rio do Sul, Santa Catarina. A família de Tiu França reconheceu o veículo pelas imagens transmitidas na TV, e o filho dele foi informado de um acidente envolvendo o pai em Brasília. A Polícia Federal (PF) abriu inquérito para investigar o caso e conduzirá a análise dos vestígios, buscando identificar o tipo de explosivo utilizado e se há indícios de uma ação coordenada.

De acordo com nota do STF, “dois fortes estrondos” foram ouvidos no fim da sessão, que discutia uma ação sobre a letalidade policial em favelas. Com o impacto das explosões, os ministros, servidores, colaboradores e o público presente na sessão foram rapidamente evacuados do prédio. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não estava no Palácio do Planalto no momento das explosões, tendo saído às 17h30 em direção ao Palácio da Alvorada. A segurança no Planalto foi reforçada após o incidente.

A perícia criminal da PF atuará com ferramentas de tecnologia 3D para reconstruir o cenário, seguindo estratégias usadas na investigação dos ataques de 8 de janeiro de 2023 aos prédios dos Três Poderes. Os peritos iniciarão com a identificação minuciosa de vestígios e imagens da área, e profissionais do Instituto Nacional de Criminalística, especializados em explosivos, foram chamados para auxiliar. Segundo o secretário-executivo de Segurança Pública do Distrito Federal, Alexandre Patury, ainda não é possível vincular diretamente o carro ao corpo encontrado, já que a perícia do corpo ainda não foi concluída.

O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta, se manifestou nas redes sociais, expressando confiança de que a PF responderá rapidamente às questões sobre o ataque. Ele afirmou que a pessoa envolvida possuía conexões políticas, mencionando a suspeita de que Tiu França seja o mesmo homem que tentou acessar o STF recentemente e morreu ao detonar explosivos no lado externo do tribunal.

“Golpistas não passarão”, declarou Pimenta, acrescentando que a investigação deve esclarecer questões sobre o percurso do suspeito desde Santa Catarina, possíveis financiadores e outras conexões com o atentado.