Em sessão do Tribunal do Júri realizada no último dia 1º de novembro, Moisés Macedo de Morais foi condenado a 19 anos e nove meses de prisão pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver. O julgamento foi presidido pela juíza Mylenne Sandra Cavalcante, titular da Comarca de Montes Altos. O crime teve como vítima Antônio Flávio Maciel Macedo, primo do réu, e ocorreu no Povoado Olho D’água, na zona rural de Sítio Novo, termo judiciário da comarca.
Segundo a denúncia apresentada, os primos haviam saído de Sítio Novo com destino à cidade de Grajaú, onde planejavam comprar uma motocicleta. Antes de partir, Antônio Flávio avisou seu filho sobre o compromisso. No entanto, ele não retornou para casa e deixou de dar notícias, o que levou a família a registrar um boletim de ocorrência.
As investigações revelaram que, quase um mês após o desaparecimento, em 1º de junho de 2021, a motocicleta de Moisés foi localizada em Grajaú. Além disso, foi descoberto que ele havia cadastrado um novo chip de celular em seu nome, o que levantou suspeitas, pois ele também não foi mais visto na região após o desaparecimento do primo. Em 11 de junho de 2021, a polícia encontrou restos mortais de Antônio Flávio e seus pertences em uma estrada vicinal, a 24 quilômetros de Grajaú.
Moisés foi detido pela Polícia Militar do Pará em Pacajá dois dias depois da descoberta das ossadas. Durante o traslado de volta para Imperatriz, ele relatou aos policiais que havia emprestado R$ 50.000,00 à vítima e que, ao tentar cobrar a dívida, foi ameaçado de morte. Moisés afirmou que, no dia do ocorrido, saiu de casa com uma faca para se defender caso fosse ameaçado novamente. Ele relatou que, no trajeto para Grajaú, pararam em uma estrada vicinal para consertar o freio da motocicleta, momento em que ocorreu o desentendimento. Segundo sua versão, Antônio Flávio foi morto a facadas e teve o corpo ocultado na vegetação próxima. Contudo, em seu interrogatório oficial, Moisés optou por permanecer em silêncio.
A sentença, proferida pelo Conselho de Sentença, condenou Moisés à pena de 19 anos e nove meses de reclusão em regime fechado, encerrando o julgamento de um caso que chocou a região.

