Na manhã desta segunda-feira (30), a Receita Federal, em ação conjunta com o IBAMA e a Polícia Federal, apreendeu 185 kg de barbatanas de tubarão em São Luís, Maranhão. A carga, avaliada em cerca de R$ 3 milhões, estava armazenada na sede de uma transportadora e seria enviada ilegalmente para a China. O material pertence à espécie tubarão-azul (Prionace Glauca), listada no Anexo II da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies Ameaçadas de Extinção (CITES), o que configura um crime ambiental.

A operação foi resultado de um monitoramento realizado pela Equipe Curupira, grupo especializado da Receita Federal no combate a crimes contra a fauna e flora. A carga havia saído do município de Itapemirim, no Espírito Santo, e seria transportada para o Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, de onde seria enviada ao destino final na China. O produto estava dividido em seis volumes e seria dissecado em São Luís antes de sua exportação.

A Receita Federal verificou que o material não possuía documentação legal, infringindo normas ambientais brasileiras. A pesca de tubarões é proibida no país, sobretudo pela prática ilegal de “finning”, que consiste na captura dos animais para a retirada apenas das barbatanas, descartando o restante do corpo no mar. O valor das barbatanas no mercado internacional é altíssimo, podendo chegar a U$ 3.000,00 por quilo, especialmente devido à demanda na culinária chinesa, onde são usadas na sopa de barbatana de tubarão, também conhecida como “sopa ostentação”, cujo prato pode custar até U$ 500,00.

A apreensão em São Luís faz parte de uma série de ações recentes da Receita Federal voltadas ao combate desse tipo de crime ambiental. Nos últimos 30 dias, outras três operações resultaram na apreensão de quase 600 kg de barbatanas de tubarão. Em 17 de setembro, 230 kg foram apreendidos no município de Cruz, no Ceará, e mais 66 kg e 96 kg foram interceptados em Fortaleza nos dias 20 e 23 do mesmo mês.

O material apreendido foi entregue ao IBAMA, que dará prosseguimento às ações administrativas. A documentação do caso será encaminhada às autoridades policiais, que investigarão os envolvidos para responsabilização criminal. A Receita Federal reforçou seu compromisso com a proteção ambiental, ressaltando que continuará vigilante no combate ao tráfico de espécies e crimes contra a fauna e flora brasileiras.