O 1º Tribunal do Júri de São Luís condenou, nesta sexta-feira (28), o pedreiro Daniel Silva a 14 anos de prisão pelo assassinato da esposa Ana Núbia Santos Coelho. O crime aconteceu em 29 de dezembro de 2023, na residência do casal, localizada no bairro Sá Viana. Daniel Silva, que estava preso desde a época do crime, foi levado de volta ao presídio após o julgamento.
A sessão do júri popular foi presidida pelo juiz titular da 1ª Vara do Tribunal do Júri, Gilberto de Moura Lima. A acusação foi conduzida pelo promotor de justiça Rodolfo Reis, enquanto a defesa ficou a cargo da defensora pública Caroline Pinheiro. Quatro testemunhas foram ouvidas, incluindo um irmão da vítima e o filho do casal. O julgamento teve início às 8h30 e terminou por volta das 14h no Fórum Des. Sarney Costa, no Calhau.
Detalhes do Crime
De acordo com a denúncia do Ministério Público, na noite do crime, Daniel Silva pediu para que sua esposa e filhos se arrumassem para irem à igreja, alegando que Ana Núbia precisava “tirar o diabo do corpo”. Ao recusar o convite, Daniel saiu sozinho e retornou embriagado. Após uma discussão, ele pegou um revólver e efetuou três disparos contra a esposa, que tentou fugir, mas caiu no banheiro e morreu a caminho do hospital.
O acusado deixou a arma no local, que foi encontrada pelo filho do casal, e fugiu. Ele se escondeu na casa de uma irmã e se apresentou à delegacia no dia seguinte. A denúncia revelou que Ana Núbia já havia sido agredida anteriormente e manifestara o desejo de se separar, o que Daniel não aceitava.
Condenação
Daniel Silva foi julgado por homicídio qualificado, cometido com impossibilidade de defesa da vítima e envolvendo violência doméstica. Na sentença condenatória, o juiz Gilberto de Moura Lima ressaltou o impacto devastador do crime, especialmente sobre os filhos do casal, uma das quais é autista. O juiz destacou a gravidade das consequências emocionais para as crianças, que testemunharam a violência.
“O sofrimento infligido aos filhos é tão avassalador que lança essas famílias em um abismo de dor e desolação inimagináveis. Uma das filhas, especialmente frágil por ser portadora de autismo, enfrenta uma realidade ainda mais cruel, onde um ambiente que deveria ser de segurança e afeto se transformou em um palco de violência inescapável,” afirmou o juiz em sua sentença.

